Flamengo adota nova filosofia para rejuvenescer o elenco, mirando futuro e alto desempenho
O Flamengo está implementando uma nova e audaciosa estratégia para reduzir a média de idade de seu elenco, atualmente em 28,1 anos. A iniciativa busca não apenas otimizar o desempenho em uma temporada com cerca de 80 partidas, mas também valorizar os ativos do clube no mercado, seguindo exemplos de sucesso internacional.
A diretoria rubro-negra definiu ações de curto e longo prazo, que incluem um corte etário para novas contratações e um investimento renovado nas categorias de base. O objetivo é construir um time mais forte, dinâmico e sustentável financeiramente para os próximos anos.
As informações sobre essa nova abordagem foram divulgadas pelo presidente Bap em entrevista à FlamengoTV, o canal oficial do clube no YouTube, durante a prestação de contas da primeira temporada da gestão, conforme detalhado no ge.
A Estratégia Imediata: Limite de Idade nas Contratações
A principal medida de curto prazo do Flamengo é estabelecer um limite de idade para os reforços. A partir de agora, o clube evitará contratar jogadores com mais de 26 anos. Essa decisão visa garantir que o investimento em novos atletas possa gerar retorno futuro, seja em campo ou em uma possível revenda.
O presidente Bap explicou a lógica por trás dessa política, afirmando que, “quando você compra com quatro anos de contrato, com 30 ainda pode vender o jogador e tirar algum dinheiro. Quando você compra com 29 ou 30, seguramente ele vai morrer contigo. Desvaloriza o seu ativo”. A ideia é ter um elenco mais jovem e competitivo, capaz de suportar a intensidade do calendário brasileiro.
Embora a regra seja clara, existem exceções, como o caso de Taty Castellanos, de 27 anos, que é muito bem avaliado internamente. No entanto, sua negociação com a Lazio é considerada difícil. Além disso, jogadores mais experientes que perderam espaço, como Michael, Allan e Viña, todos com 28 ou 29 anos, estão na lista de negociáveis. Veteranos como Danilo e Bruno Henrique, ambos com 34 anos, entram em seu último ano de contrato em 2026 e já cogitam a aposentadoria.
Investimento a Longo Prazo: A Base do Flamengo
No longo prazo, o Flamengo planeja aproveitar mais jogadores de sua categoria de base no time principal. O clube, que já foi conhecido pelo mantra “craque o Flamengo faz em casa”, viu a ascensão de jovens talentos diminuir com o aumento do poder de investimento em contratações de jogadores já consolidados.
Para revelar mais joias, a diretoria não se importa em abrir mão de títulos na base, focando no desenvolvimento individual. “A base do Flamengo vai passar por um período de seca. Esse ano não foi brilhante, não esperamos um ano brilhante em 2026, mas em 2027 a gente vem voando baixo”, projetou Bap. O clube está apostando em garotos de 15 e 16 anos, reduzindo o número de atletas da base de 404 para 260.
A nova filosofia da base prioriza o talento técnico em vez da força física, buscando um modelo semelhante ao da La Masia do Barcelona. O Flamengo também está investindo na aquisição pontual de jovens promessas, comprando “garotos que vocês não conhecem por R$ 1, R$ 2 milhões”, na esperança de que um deles se destaque e pague o investimento em todos.
Posições Críticas: Laterais e Meias sob o Holofote
Sob essa nova ótica de rejuvenescimento, algumas posições no elenco do Flamengo se mostram mais críticas devido à média de idade elevada. Os laterais e os meias são os setores que mais preocupam a diretoria, com médias superiores a 29 anos, o que impacta diretamente a estratégia de reduzir a média de idade do elenco.
A posição de lateral apresenta uma média de 29,6 anos, com jogadores como Varela (32), Royal (26), Alex Sandro (34), Ayrton Lucas (28) e Viña (32). Já o meio-campo tem uma média de 29,2 anos, com nomes como Arrascaeta (31), De la Cruz (28), Saúl (31) e Carrascal (27). Essas são as áreas onde o clube provavelmente buscará reforços mais jovens com maior intensidade nas próximas janelas.
Atualmente, o elenco rubro-negro conta com 27 jogadores, após as saídas recentes de Juninho, Matheus Cunha e Cleiton. A chegada de jovens talentos da base, como o zagueiro Iago, de 20 anos, que subirá para o profissional em 2026, é vista como um passo importante para diminuir a média de idade, especialmente na zaga, que cairia para 26 anos com sua inclusão. As médias por posição são: Goleiros: 25,5, Zagueiros: 27,5, Volantes: 28,5 e Atacantes: 27,3.